sábado, 12 de novembro de 2011

SAMPA - Histórias, embalos, saudades...

SAMPA "Saudades"
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:: Os embalos de sábado à noite no centro da cidade ::

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Categoria: Outras histórias
Autor(a): Rubens Rosa | história publicada em 27/10/2011

No período entre as décadas de 60 e 80 os sábados eram especiais, você já saia de casa com tudo programado, ou teatro, ou cinema, (um sábado ia ao cinema, no outro ao teatro) os jornais Estadão, Folha de São Paulo e Ultima Hora já traziam as informações de mão beijada.


Estacionava o carro no centro, atrás da Rua Caetano de Campos, e começava a circular pelo centro, Avenida São Luiz, Avenida Ipiranga, Rua 24 de Maio, Rua Barão de Itapetininga (uma parada para o café na Galeria Califórnia), Rua 7 de abril, ai entrava em um cinema (todos na época tinham sua qualidade) ou teatro; Itália, Mariadela Costa, Cultura Artística, Paiol, e já ia encontrando os amigos.


Os teatros na época tinham duas sessões aos sábados, e alguns cinemas já tinham a sessão da meia noite. Ao término dessa sessão cultural, dava tempo de correr ainda até o Mappin, que fechava a meia noite e sempre tinha algo para comprar. Tinha a turma que ficava nas escadarias do Theatro Municipal, os paqueras das funcionários do Mappin na saída, ai íamos jantar ou lanchar no Galetos, Gato que Ri, Almanara, Carlino, Um Dois, Feijão com Arroz, Casa Italiana, Eduardo’s, Gigeto e aquelas cantinas que ficavam na Rua Santo Antônio, muito frequentada pelos artistas do teatro, com uma boa companhia e às vezes sós, mas com um bom vinho a mesa.


Depois da sessão de gastronomia, íamos circular um pouco ali nos arredores (as noites de São Paulo tinham um cheiro gostoso, uma brisa leve) e tomar um cafezinho na "Galeria Olido" ou até engraxar os sapatos ali mesmo. Começavam chegar os amigos, e assim a noite ia passando, mas dava tempo ainda de tomar um chopp no Largo do Arouche/pingão, ou na Praça Dom José Gaspar, ali na saída do Cine Metrópole, também o Paribar. Esses locais ficavam super lotados, boas amizades ali foram construídas, uns já estão no andar de cima.


Já passava da meia noite e era a hora de comprar o "estadão" de domingo, sentar no banco da Praça do Largo do Arouche e ler o jornal tranquilamente. Alguns partiam para as “boites” da Rua Augusta, outros para os bailes da região da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, e também ir aos apartamentos dos amigos que moravam no centro, ouvir musicas. Os “LPs" ficavam todos empilhados no chão, e rolava cerveja, cuba e papos, e papos.


Agora vamos pegar o carro que ficava estacionado na rua, lá estava ele intacto. Pegava a Marginal Tietê e vinha dirigindo e cantarolando, dava tempo ainda da "saideira" ou era ali no Parí, atrás do campo da Portuguesa, havia uma boa pizzaria, ou no final da Marginal Tietê no "Chaparral", o primeiro cinema ao ar livre (Penha).


E tem um detalhe, não ganhávamos fortunas, éramos todos empregados, ninguém era rico. Hoje nesses locais não existe mais nada, parece que uma bomba ali caiu, tudo acabou, ficou um enorme vazio, mas uma lembrança linda em nossa mente que ninguém nos vai tirar.




E-mail: rrosa49@yahoo.com.

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